Antes de a Apple lançar o iCloud, em 2011, Steve Jobs supostamente fez uma oferta para comprar o Dropbox, um serviço de compartilhamento de arquivos fundado em 2007, por $800 milhões. Quando Dropbox recusou, o chefe da Apple não demorou para menospreza-lo, dizendo que era apenas um mero recurso, não uma empresa. Logo depois, o Dropbox levantou $250 milhões, aumentando o seu valor de mercado em mais de $ 4 bilhões.
Em dezembro o Dropbox concluiu uma campanha promocional que, em apenas algumas semanas, acrescentou 2 milhões novos usuários, elevando o total para mais de 100 milhões, aproximadamente o dobro do número que tinha quando Jobs fez seu comentário. Os consumidores, ao que parece, não se cansam de usar o recurso.
O Dropbox domina o mercado de compartilhamento online de arquivos. Ele possue três vezes mai usuários do que seu mais próximo rival, o YouSendIt. (Seu domínio é ainda mais acentuado quando se trata do volume de dados armazenados.) Ele ocupa 20% de toda a largura de banda consumida globalmente no que diz respeito a compartilhamento de arquivos, contra 1% do YouSendIt. Seus usuários armazenam mais de 1 bilhão de arquivos a cada dia.
A maioria deles usa a versão gratuita do serviço. A empresa faz faz dinheiro cobrando por armazenamento extra. Cerca de 4% dos usuários migraram para a versão premium, e a proporção esteja crescendo, de acordo com Arash Ferdowsi, um dos co-fundadores da empresa.
A recente campanha, chamada Space Race, deu espaço livre para estudantes universitários em troca de convidarem seus amigos para se inscrever no serviço. A esperança é que quando o acesso a esse armazenamento extra se esgotar após dois anos, os alunos, que então serão recém-formados passem a pagar para continuar usando o serviço.
O Dropbox depende de usuários comuns e pequenas empresas, para as quais os seus rudimentares recursos de segurança são bons o suficiente, já as empresas maiores, com informações mais 'sensíveis' preferem serviços mais seguros como Box.net. O surgimento de concorrentes no mercado de iCloud, Google Drive e Skydrive, da Microsoft, que vem pré-instalado em dispositivos de seus respectivos fabricantes, não parece ter diminuído o entusiasmo para a utilização do Dropbox.
Ao contrário do iCloud, que ostentava 190 milhões de usuários, graças a sua profunda integração com dispositivos móveis da Apple, o serviço é uma "plataforma neutra", ou seja, funciona em diferentes dispositivos e sistemas operacionais e permite fácil compartilhamento de arquivos, duas características muito úteis uma vez que o mundo está mais conectado via tecnologia mobile e onde poucas pessoas tem devoção a um único fabricante de dispositivos.
Google e Microsoft tentam imitar o Dropbox nestes aspectos. Mas tem pouco mais de 10 milhões de usuários cada, eles ainda não se beneficiam de suas poderosas redes de usuários. Se você estiver compartilhando arquivos com uma dúzia de outras pessoas no Dropbox, uma mudança para o Google ou a Microsoft iria exigir que todos os 12 migrassem com você.
O Dropbox também está se esforçando para tornar-se a opção padrão para usuários de smartphones. Em 2011 fechou um acordo com a HTC, uma fabricante de telefones celulares de Taiwan, para pré-instalar o Dropbox em seus dispositivos Android. Em troca, oferece aos usuários da HTC 5GB de espaço gratuitamente. A HTC vem lutando nos últimos tempos para se manter no mercado, mas Ferdowsi diz que a sua empresa está em negociações com outros fabricantes também, na esperança de uma parceria semelhante.
A maior preocupação de longo prazo é o preço do armazenamento digital despencar. Por causa do crescimento da escala, a Amazon fez baixar substancialmente os custos para o Dropbox, que aluga o espaço do servidor da gigante de e-commerce. Mas o Google já oferece 100GB de espaço por $5 por mês, metade do que o Dropbox cobra pela mesma quantidade de armazenamento. E o Google pode anunciar sua nuvem através de seus inúmeros serviços online. O Dropbox realmente tem um senário nebuloso em seu futuro .
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